Como ajudar a família de um dependente químico? A família e a dependência química é uma relação delicada por possuir vários fatores envolvidos. O desejo de compreensão de ambas as partes, a necessidade de cuidado dos dois lados, a importância da família no tratamento são aspectos que merecem atenção. Por isso, é indispensável falar sobre essa relação tão delicada.
A dependência química é um problema que interfere negativamente nos laços sociais do sujeito. Gradativamente o indivíduo se exclui de suas relações interpessoais para viver um relacionamento sério com o vício. Diante dessa situação, as substâncias psicoativas vão substituindo o lugar de algumas pessoas na vida do dependente químico. Principalmente, os familiares é quem são os mais excluídos por esse vício.
Importância da família no tratamento
De fato, a relação entre a família e a dependência química é uma relação delicada. Isso porque, há uma forte incompreensão em ambos os lados. De um lado, está o desejo da família de acabar com o sofrimento do dependente químico a qualquer custo. De outro, está o sujeito dependente desejando se livrar do vício, mas sem forças para largar as substâncias.
No entanto, é fundamental o papel da família no processo de tratamento da dependência química. A família é o primeiro núcleo social em que o indivíduo se insere. É nela que o sujeito absorve seus primeiros valores, princípios e visões de mundo. Independente do grau de intimidade atualmente, a família do sujeito é a que mais conheceu o dependente químico.
Por isso, por mais que a família e a dependência química seja uma relação delicada, o indivíduo acometido pelos vícios precisa receber acolhimento e compreensão daqueles que mais lhe conhecem. É preciso que a família esteja presente no tratamento, pois haverá momentos de recaída do dependente. São nesses momentos que os familiares necessitam de união para dar apoio e forças para o sujeito.
Incompreensão da família com a situação do dependente químico
A relação entre a família e a dependência química é uma relação delicada. E tanto o dependente quanto o familiar sabem muito bem disso. Afinal, o indivíduo está prejudicando sua vida e a família sabe que precisa apoiar o dependente. No entanto, não é raro observar a alta exigência, cobrança e até mesmo punições por parte da família.
Os familiares precisam entender que a dependência química é uma doença. Tal como qualquer outra doença, a enfermidade suga toda a energia da pessoa. Tira o prazer em outros afazeres, o ânimo, o interesse por atividades que antes davam prazer. E assim, toda a felicidade e bem-estar que o dependente químico possa querer passa a ser atribuído exclusivamente às drogas. Também não é fácil para o dependente deixar o vício.
Sobrecarga da família com a situação do dependente químico
A família e a dependência química é uma relação delicada principalmente nas situações em que a família se torna responsável direta do dependente químico. O familiar abre mão de seu tempo para acompanhar o dependente químico nas Intervenções terapêuticas. Tem sua situação financeira prejudicada para custear o tratamento. E, por vezes, sofre emocionalmente com a situação do indivíduo.
Por isso, não é fácil para uma mãe ver o filho idealizado viciado em drogas. Não é fácil para um filho ver o pai herói ser vencido pelas drogas. Não é fácil para uma esposa ver seu querido marido se ausentando da família e se endividando por causa de drogas. E assim, não é fácil para nenhuma pessoa ver um familiar destruindo a própria vida no mundo das drogas.
Cuidando da família do dependente químico
Que a família e a dependência química é uma relação delicada isso é fato. Entretanto, para que essa relação não fique estremecida, é fundamental que a família seja cuidada também. É importante que os familiares sejam escutados e acolhidos para que possam acolher o dependente químico. É fundamental fortalecer a saúde mental desse familiar para que ele possa oferecer todo o apoio necessário para o dependente.
Como ajudar a família de um dependente químico?
Como a maioria das doenças, a dependência química piora com o tempo caso não haja tratamento adequado. Ou seja, não é preciso esperar que a pessoa perca o emprego, o casamento e as amizades para tomar uma atitude. Portanto, não tenha medo de abordar o assunto desde que você respeite a condição dela, mas lembre-se: sem fazer acusações ou julgamentos.
Por contar com a confiança do dependente, o familiar tem mais chances de receber uma resposta sincera às seguintes perguntas, que serão essenciais para nortear o tratamento:
- você já tentou parar de usar drogas?
- o que você fez nessas tentativas?
- por que você acha que não deu certo?
- no momento, você tem vontade de parar? Por quê?
Além disso, você pode observar o grau de motivação dela para outras atividades, os prejuízos acumulados etc.
Estabeleça limites para lidar com o dependente químico
Demonstrar apoio é importante, mas é preciso ter cuidado para não incentivar ou encobrir o uso de drogas. Faça a abordagem com carinho e tranquilidade, mas coloque também limites. Mostre, por exemplo, que você não concorda nem vai contribuir para o uso da substância.
Não dê dinheiro para o sustento do vício nem estipule horários em que a droga possa ser consumida. Em vez disso, mostre que você se importa com e está ao lado dele na busca pela recuperação.
Una-se à família
É importante que a família se mantenha unida e que todos apoiem uns aos outros. Isso fortalece a todos e ajuda a lidar com a situação. Assim, busque se unir a seu companheiro, seus filhos ou qualquer outra pessoa de confiança que possa apoiá-lo.
Não corte os laços afetivos com o dependente químico
Se alguém tem um câncer grave, toda a família se une para ajudar, não é mesmo? A dependência é doença e, portanto, é preciso ter a mesma união. Como o câncer, se não tratada, pode reduzir a vida da pessoas em muitos anos.
Sabemos que o processo é difícil para os familiares, pois normalmente há muitos conflitos com o usuário. Intuitivamente, acreditamos que discussões e xingamentos vão fazer a pessoa acordar. Porém, o que as pesquisas — e a prática mostram — é a importância do afeto.
Quando o dependente se sente amado, ele se motiva a parar, pois quer mostrar o seu melhor. Por outro lado, se ele foi abandonado, ele perde a esperança e começa a pensar: “de que adianta eu parar? Eu já perdi todos que amava mesmo!”.
As clínicas de reabilitação oferecem tratamentos bem completos, pois têm equipes multidisciplinares qualificadas e especializadas no assunto e atividades que contribuem para a saúde, o bem-estar e a recuperação. Informe-se para encontrar a unidade ideal!